quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Zilda Arns, criadora da Pastoral da criança, morre em missão humanitária


Criadora da Pastoral na Criança nos anos 80, pediatra estava no país para levar a religiosos a metodologia da instituição. A médica sanitarista e pediatra Zilda Arns Neumann, 75, morreu no terremoto do Haiti, onde estava em missão humanitária. Pretendia levar a religiosos daquele país a metodologia da Pastoral da Criança, hoje presente em 20 países. No Brasil, a organização formada por 260 mil voluntários acompanha mais de 1,9 milhão de gestantes e crianças menores de seis anos, além de 1,4 milhão de famílias pobres, em 4.063 municípios.

Filha de uma família de 13 irmãos, dos quais cinco dedicados à vida religiosa, Zilda Arns ficou viúva aos 43 anos do administrador Aloysio Bruno Neumann, que morreu aos 46. Cinco anos depois, em 1983, iniciou sua obra, ao fundar a Pastoral da Criança, em uma experiência-piloto na cidade de Florestópolis, no Paraná.
Pouco tempo antes, tinha recebido do irmão, dom Paulo, então cardeal arcebispo de São Paulo, o desafio de ensinar as mães de comunidades carentes a usar o soro caseiro para combater o que era, então, o maior causador da mortalidade infantil -a desidratação causada por diarréias e vômitos.
Hoje, a mistura de duas medidas rasas de açúcar com uma rasa de sal, em um litro de água limpa, o famoso soro caseiro, parece daqueles remédios que sempre existiram. Mas até os anos 1980, usavam-se remédios industrializados, comercializados sob patentes e caros.
Dom Paulo havia recebido de James Grant, então diretor-executivo do Unicef, o pedido de que envolvesse a Igreja Católica na difusão do soro, recém-formulado. "Aquilo era como um ovo de Colombo. Podia salvar milhões de vidas, era barato, simples de fazer", lembra o professor de pediatria da Universidade Federal de São Paulo, Fabio Ancona Lopes.
A médica Zilda Arns, à época com 48 anos, 27 de consultório, especialização em pediatria, administração de programas de saúde materno-infantil e saúde pública, ficou encarregada de formatar o programa da nova pastoral. Em 2004, a CNBB deu-lhe outra missão: organizar a Pastoral da Pessoa Idosa.
Zilda Arns, olhos azuis, um forte sotaque alemão, xerox do rosto do irmão dom Paulo, batom forte (ela dizia que tinha aprendido a se maquiar apenas aos 60 anos), aparecia pesando crianças em balanças improvisadas, ensinando a formulação do soro caseiro, distribuindo uma mistura nutritiva, feita de alimentos baratos (a "multimistura da pastoral"), feita de casca de ovo, semente de abóbora, arroz, milho ou fubá, folha de mandioca -antianemia e desnutrição, ela garantia.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Feliz 2010 a tod@s

UM fato tem me chamado bastante atenção nas festas de final de ano. E é justamente às superstições que envolvem o nosso povo na passagem de um ano para o outro. Ouvi muitas pessoas dizerem que iriam vestir-se de branco, outras iriam colocar um galho de arruda na orelha, outras iriam pular sete ondas, dente de alho macho no bolso, jogar flores no mar, e por aí vai... 

ORA meus irmãos, não vai adiantar nada, se usou calça branca, camisa branca e por dentro, ter um coração desfigurado, cheio de ódio, rancor, ressentimento... Jesus nos chama a atenção quanto a isso: Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, porque sois semelhantes a túmulos caiados: formosos por fora, mas por dentro... (Mat 23, 27-28).

DE um jeito ou de outro 2010 começou, com ou sem galho de arruda, com ou sem roupa branca. O engraçado é que, teoricamente continua tudo igual. Temos os mesmos amigos, outros (Graças a Deus) o mesmo emprego, outros (infelizmente) ainda desempregados, outros as mesmas dívidas, seremos a mesma pessoa que fomos no ano que passou, enfim, a única diferença é que temos, não um mês, mas doze meses pela frente para mudar muitas coisas que ainda andam fora do plano de Deus. 

NESSE contexto, convido a todas as famílias a uma profunda reflexão: Como vai nosso relacionamento familiar? Estamos vivendo no diálogo, na unidade, amor e respeito? Você que é casado(a) será que conseguimos relembrar do nosso juramento feito no altar? Você se lembra? Como foi a nossa família durante o ano que acabou? Ouvimos e vemos pela televisão episódios de violência de irmãos contra irmãos, de pais contra filhos, enfim, tudo que vai contra aos valores cristãos. Será que nossa família também estar vivendo situações semelhantes? O que se passa em nossas famílias? Essas perguntas nós devemos responder para nós e para os nossos familiares, dialogando com franqueza e com amor.

DEVEMOS sim, amar a nossa família, mas não devemos nos esquecer das outras. A Sagrada Família não ficava isolada em sua casa, prova disso foi nas bodas de Caná (Jo 2, 1-12), quando Maria pediu a Jesus para que Ele ajudasse aquele casal amigo na hora em que eles estavam precisando. Um gesto concreto de que devemos estar sempre em união com todas as famílias. 

VOLTANDO as roupas brancas, temos sim, que nos vestir de branco por dentro. Ter um coração cheio de amor, de paz e esperança, o resto é pura superstição. Eu convido a todos para o ano de 2010, rezarmos em família e pelas famílias, fazer algo que ajude a sua e as outras famílias a viverem na paz e no amor de Deus. 


Sandro Oliveira